Lições sobre Maquiavel
A verdade efetiva
O tema, sempre tão discutido, da metodologia utilizada por Maquiavel em sua obra de inicio, faz-se mister salientar que o nosso secretário - longe de construir um sistema filosófico bem ordenado. É um autor intituitivo, cujas ideias refletem sua experiência durante os quatorze anos em que foi chefe da Segunda Chancelaria. Não é um filôsofo, como corriqueiramente se pensa, mas um pensador que aferrado ao mundo prático. A ciência política, so virá a triunfar, com as demais Ciências Sociais, no século XIX. Maquiavel, é um observador frio da vida política Italiana. E em outro lugar, Russell, ainda com mais ênfase, preleciona:" Para sermos justos com Maquiavel, é preciso declarar que ele não defende a vilania como princípio. O seu campo de investigação está além do bem e do mal, assim como as pesquisas de um físico nuclear" Desse modo, o autor está sempre tentando correlacionar grupos de fatos a generalizações ou leis; É nitido que, ao se referir constantemente aos grandes governantes de outrora, estabelece linhas de ação a serem seguidas pelos príncipes italianos. O ilustre diplomata detecta as regras de fogo do cosmos político, que se lançam á conquista do poder. Portanto: Nova é a política, e novo também o método, Maquiavel surge como um dos fundadores da ciência política renascente, na medida em que substitui á especulação a observação direta e indireta feita de contactos e leituras. Seguindo as teorias do historiador grego políbio, observa ser o tempo cíclico e os acontecimentos históricos permutáveis.
Terceira Lição
Pessimismo antropológico
Em toda a sua obra, Maquiavel apresenta uma visão pessimista acerca da natureza humana. Para ele, o homem é mau, carregado de ambições e de desejos que busca, a todo custo, satisfazer. Todavia, o secretário florentino não analisa o proceder dos homens sob um viés metafísico, mas, como já colocamos na lição anterior sobre sua metodologia, por meio de