texto
O Cidadão Sem Fortuna,
O Intelectual de Virtú
Maquiavel discorreu sobre a liberdade, ao oferecer preciosos conselhos para a sua conquista ou salvaguarda. Maquiavel, fingindo dar lições aos príncipes, deu grandes lições ao povo.
Maquiavel nasceu em Florença em 3 de maio de 1469, numa Itália “esplendorosa mais infeliz”, no dizer do historiador Garin. A península era então constituída por uma série de pequenos Estados, com regimes políticos, desenvolvimento econômico e cultura variada.
Governantes não conseguia se manter no poder por um período superior a dois meses, Maquiavel passou sua infância e adolescência. Sua família não era nem aristocrática, nem rica. Seu pai, advogado, como um típico renascentista, era um estudioso das humanidades, tendo se empenhado em transmitir uma aprimorada educação clássica para seu filho.
O governante Soderini vai para o exílio e é dissolvida a republica. Era o ano de 1512. Maquiavel foi demitido, proibido de abandonar o território florentino pelo espaço de um ano, e ficava-lhe o acesso a qualquer prédio público.
A verdade efetiva das coisas
Maquiavel revela sua “predestinação” inarredável: falar sobre o Estado. De fato, sua preocupação em todas as suas obras é o Estado. Não o melhor Estado.
Maquiavel rejeita a tradição idealista de Platão, Aristóteles e Santo Tomás de Aquino e segue a trilha inaugurada pelos historiadores antigos, como Tácito, Políbio Tucídides e Tito Lívio. Seu ponto de partida e de chegada é a realidade concreta.
Natureza humana e história
Guiado pela busca da “verdade efetiva” Maquiavel estuda a história e reavalia sua experiência como funcionário do Estado.
O estudo do passado não é um exercício de mera erudição, nem a história um suceder de eventos em conformidade com os desígnios divinos até que chegue o dia do juízo final, mas sim um desfile de fatos dos quais se deve extrair as causas e os meios utilizados para enfrentar o caos resultante da expressão da natureza humana.