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O processo de independência não coincide com o da consolidação da unidade nacional e nem foi marcado por um movimento propriamente nacionalista ou revolucionário.
O que há nos séculos XVIII e XIX são contradições e conflitos internos sem condições de gerar forças autônomas capazes de criar uma consciência nacional e um desenvolvimento revolucionários capazes de constituir e reorganizar a sociedade em nação.
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Para os homens de ideais constitucionalistas parecia imprescindível continuar a unidade com Portugal, pois viam na monarquia dual os laços que os prendiam à civilização europeia, fonte de seus valores cosmopolita de renovação e progresso.
Com a revolução do Porto, a pressão dos comerciantes é grande sobre D. João.
Atribuem-se os germes da separação ao conflito de interesses entre classes agrárias, nativistas de tendência liberal e os comerciantes portugueses apegados à política protecionista e os privilégios do monopólio.
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Durante muito tempo a historiografia definiu bem as pressões externas e o quadro internacional de que provêm as grandes forças de transformações para que tal fato ocorresse. Falta estudar o modo como afeta as classe dominantes da colônia e os mecanismos internos inerentes ao processo de formação de nacionalidade brasileira.
165 O modelo de independência dos EUA fascinava os contemporâneos e continua de certa forma a iludir a perspectiva dos historiadores atuais.
O fato é que, a independência em si não teria tanta importância na evolução da colônia para império.
Temos a imagem da colônia que luta com a metrópole, deixando de lado o processo interno de ajustamento às mesmas pressões (enraizamento de interesses portugueses e interiorização da metrópole no Centro-sul)
A vinda da corte em si já significara por si uma ruptura interna nos setores políticos do velho reino.