você se lembra de tudo. Você se lembra o motivo ou os motivos que fizeram tudo se perder. E você se lembra que não é culpado e que, talvez, os outros também não sejam. Assim é a vida. Você se lembra que o grande amor da sua vida. O maio. Aquele que você nunca superou. é o tipo de pessoa que faz questão de ficar a noite inteira longe de você só porque acha charmoso ficar longe de você e não porque queira ficar longe de você. Ele prefere ser descolado do que humano. E você lembra daquela sensação que sentia ao lado dele. De solidão profunda. E você descobre que ele acha que saudade ou vontade de fazer carinho se resume a uma passada de mão na sua bunda, ou uma apertada no seu peito. E você percebe que a vida dele, que você tanto colocou no pedestal, pode se um pouco boba, ou até mesmo triste. Com carros que correm para esbanjar uma grana gasta com coisas sem amor, bilhetes de reclamações de barulho, filmes onde cunhadas se comem e amigos que ligam na madrugada achando que puteiro pode ser uma opção legal. Em minutos você entende como ninguém oque te trouxe até aqui, tão longe dele (...) Me senti visitando meu próprio cemitério. Com amigos e amores mortos e enterrados. Pessoas que agente desenterra de vez em quando pra ter certeza que fizemos a melhor escolha enterrando elas. Pessoas que agente lamenta a distância, afinal já foram tão importantes e ... será que não da pra recomeçar tudo de novo e tentar acertar dessa vez? Pessoas que a agente tenta se agarrar para não sentir que a vida caminha para frente, e isso significa, ainda que muito filosoficamente, que um dia vamos morrer. Nossos amigos vão ficando pra trás, nossos amores, nossos empregos, casas ... um dia seremos nós a desaparecer. Mas a lição que eu aprendi sábado é que não vale a pena consertar um carro pela décima vez. é mais fácil comprar um novo e fim de papo. Afinal, eu bem que tentei consertar meu relacionamento com as pessoas e só ganhei mais e mais poses e menos e menos verdades. Ainda que doa deixar