A leitura de “Carta ao Pai” de Franz Kafka, nos trás a descrição de um filho que teve sua vida totalmente subjugada, ao lado de um pai onipotente e narcísico, no qual envolve toda uma família, assim como aqueles que os rodeiam. De importância relevante, vemos todo seu desenvolvimento junto a suas submissões, seus medos e temores, assim como as conseqüências desastrosas que ficaram em sua vida futura. Conforme o autor vai descrevendo sua relação com seu pai, podemos levantar a hipótese do quanto à força de seu pai minara sua auto-estima, restando-lhe nada mais nada menos do que uma personalidade assustadoramente fraca. Os sentimentos em relação à mãe, de proteção, e que no decorrer do tempo passa a perceber que estavam em correspondência com o pai vem estabelecer desta maneira, uma relação de ambivalência (amor e ódio) entre o autor e àquele que representa a figura de seu pai. Decorre desta maneira que no olhar da psicanálise podemos perceber toda uma situação que é colocada através do “Complexo de Édipo”, onde o filho consegue manter possivelmente uma identificação com seu pai e ao mesmo tempo estar sofrendo pela castração simbólica que lhe é imputada. Descreve ao mesmo tempo o relacionamento de suas irmãs e do avô com o pai, descrevendo-o como àquele que opera simbolicamente toda alteridade e os limites que lhe são propostos; no caso sendo este um pai agressivo e ao mesmo tempo omisso no que se refere ás necessidades básicas de sentimentos na vida dos filhos, sendo mais complacente com a filha que tinha o comportamento como à mãe que se submetia da mesma forma e de maneira semelhante sem muito esforço e sem prejuízos. Nota-se o fator narcísico de ambos nas comparações, onde o autor compara seu frágil corpo com o corpo forte de seu pai, o autoritarismo do pai e sua submissão. Assusta-se com o casamento por medo que haja uma repetição em sua vida no que se diz respeito a projetos de uma família, e por fim o reconhecimento de não querer jamais ouvir uma censura