Literatura

O ANTAGONISMO DE PAULO NARRADOR PERSONAGEM NO ROMANCE LUCIOLA, DE JOSÉ DE ALENCAR.

INTRODUÇÃO
José Martiniano de Alencar nasceu no Ceará em 1829 e, de lá mudou-se para o Rio Janeiro onde terminou seus estudos secundários, mais tarde seguiu para São Paulo e bacharelou-se em Direito, aos 25 anos reingressou para o solo carioca dando início as suas relações com os intelectuais da época, logo descobriu-se um verdadeiro literato. José de Alencar deixou um legado fantástico para a Literatura e é contribuinte significativo do Romantismo, criou uma trilogia feminina muito conhecida e estudada – Lucíola (1862), Diva (1864) e Senhora (1875) – formada por três perfis de mulheres que ora assemelham-se, ora se divergem, através das suas atitudes, comportamentos e visão mediante o amor, tema central das três produções.
Este breve estudo porem, deter-se-á a colocar em pauta o antagonismo no romance Lucíola causado por uma forte tradição social marcada pelo preconceito. Os muitos estudos a cerca do romance, feitos ao longo desse século e meio após a publicação, diz muito sobre Lucia, personagem central do romance que traçou a heroína ideal, angélica, simples e de caráter uno e típico, contraditoriamente ou não, prostituta. Sabe-se muito sobre a cortesã da alta sociedade carioca, a mais cobiçada e rica que vestia-se como uma verdadeira dama, possuía postura e elegância e era invejada por praticamente todas as suas conterrâneas, se conhece a bondade de Lucia, sua generosidade, seus sofrimento íntimos e até os motivos que a fizeram cair na vida, mas pouco se conhece Paulo, o único homem a quem Lúcia amou fisicamente e espiritualmente, sendo também este homem que renegou o seu amor em decorrência da sua condição social.
A figura de Paulo, o personagem, é marcada por um preconceito enraizado, capaz de fazê-lo renunciar o amor, gerando assim, um dos conflitos no romance, entretanto a sua condição de narrador, por muitos anos isentou a sua culpa transferindo-a para a sociedade.