Literacia
Universitário de Alamada ‐ 17 e 18 de Junho de 2011
Educar para a literacia: perspectivas e desafios
Fernando Azevedo (Instituto de Educação, Universidade do Minho) fraga@ie.uminho.pt Aprender a utilizar a língua de uma forma sofisticada e abrangente (incluindo, naturalmente, o ser capaz de ler, de escrever e de interpretar, com eficácia, as representações gráficas e simbólicas do mundo contemporâneo), o manifestar a capacidade de mobilizar os conhecimentos adequados para o exercício da leitura e da escrita na vida quotidiana e o sentir vontade em o fazer de forma autónoma e voluntária constituem actualmente alguns dos maiores desafios com que se depara a instituição escolar e, num sentido lato, a sociedade.
A literacia, como sublinhou Rosa-Maria Torres (2008), é uma componente essencial da educação e ela corresponde a um direito básico da pessoa: a capacidade de cada um em usar a informação escrita constitui um direito, independente da idade ou da frequência ou não a de um determinado sistema escolar.
A conexão destes saberes, capacidades e competências com uma sociedade de bemestar e com o desenvolvimento económico são, nos dias de hoje, um estímulo suficientemente atractivo para que a educação para a literacia seja concebida, nas sociedades desenvolvidas ou em vias de desenvolvimento, como um autêntico desígnio nacional, transversal a toda a sociedade. De facto, vivemos numa sociedade globalizada, profundamente competitiva sob o ponto de vista económico e dominada já não apenas pela chamada galáxia de Gutemberg, mas pela geração dos chamados nativos digitais. Se, quando avaliada a competência em literacia dos estudantes portugueses com 15 anos, esta se situa em níveis claramente inferiores aos de outros estudantes com a mesma idade e idêntico nível de estudos de outros países da OCDE, nossos parceiros económicos e nossos