Lisístrata
PORTUGUÊS XI: RESUMO DO TEXTO GRAMÁTICAS DO SÉCULO XVI: A QUESTÃO DA NORMA
NOME: Felipe Dias de Oliveira
Profª.: Ana Paula El’Jaick
O artigo “As gramáticas do século XVI: A questão da norma” escrito por Violeta Quental exibe a forma que os primeiros gramáticos da língua portuguesa pensaram a questão da norma durante o momento da sua constituição.
Segundo a autora, como a língua não é uma ocorrência única e homogênea, o estabelecimento de uma norma gramatical resulta de uma escolha em detrimento de outras. Tal escolha obedece critérios ideológicos e políticos resultantes da época em que estas decisões são tomadas. Desta forma, Quental sustenta o ponto de que a instituição normativa da Língua Portuguesa se deu através de três processos:
Em primeiro lugar, devido à necessidade de justificar a adoção de outra norma que não fosse o Latim, os gramáticos renascentistas portugueses incumbem-se da tarefa de afirmar o Português como uma língua diferente da latina, porém tão prestigiosa quanto ela. A ambivalência representada pelo desejo de ser igual em respeitabilidade ao Latim e a necessidade de ser uma língua singular é solucionada através da adaptação do modelo latino às especificidades da língua nacional, organizando uma gramática por comparação entre ambas as línguas.
Outra forma de legitimar a excelência da língua portuguesa ocorre por meio da comparação com outras línguas, em especialmente o castelhano. As competições históricos-políticas entre os dois países fazem com que as gramáticas portuguesas da época menosprezassem o espanhol para afirmar a superioridade do português. Por fim, também utiliza-se como justificativa para a adoção da norma gramatical vernacular a autoridade dos que conhecem e usam a língua. Ao abandonar o Latim, é preciso estabelecer um parâmetro dentro da variedade portuguesa como norma culta. Adota-se então a variável utilizada pelas elites, para que o prestígio social desta classe sustente