Aristófanes e Lisistrata
Aristófanes (Atenas, 445 a. C. - 385 a. C.) foi o comediógrafo grego considerado o mais brilhante autor de comédias da literatura grega. Escreveu mais de quarenta peças, das quais apenas onze são conhecidas. Restaram também numerosos fragmentos de suas outras comédias, que permitiram reconstituir, ao menos em parte, o argumento de algumas delas.
Conservador, revela hostilidade às inovações sociais e políticas e aos deuses e homens responsáveis por elas. Seus heróis defendem o passado de Atenas, os valores democráticos tradicionais, as virtudes cívicas e a solidariedade social. Violentamente satírico, critica a “pomposidade”, a impostura, os desmandos e a corrupção na sociedade em que viveu.
Seus alvos são as personalidades influentes: políticos, poetas, filósofos e cientistas, velhos ou jovens, ricos ou pobres,seus colegas de oficio, como por exemplo Eurípides, e no caso de Lisístrata, também as mulheres.
Comenta em diálogos mordazes e inteligentes todos os temas importantes da época, a Guerra do Peloponeso entre Atenas e Esparta, os métodos de educação, as discussões filosóficas, o papel da mulher na sociedade e até mesmo o surgimento da classe média.
Da sua obra depreende-se que é homem de grande cultura literária e artística e que menospreza a ignorância e a rudeza. A sua linguagem é rica em jogos de palavras, incongruências jocosas e alusões diretas. Serve-se sem temor da obscenidade e da escatologia. Intervém nas lutas e polêmicas de Atenas a favor do partido aristocrático, serve-se do teatro como campo de batalha. Transporta para o teatro as questões sociais, políticas, artísticas e religiosas da Atenas da sua época, critica com dureza e humor satírico as novidades que considera demagógicas e inoportunas. Dirige a sua enorme capacidade satírica contra os renovadores do pensamento, como Sócrates, e contra todos os inovadores do teatro.
2. Sinopse da Peça
A comédia possui 1320 versos e ocupa cerca de 50