Aristófanes - Vida
Aristófanes, o principal poeta do gênero e o único do qual foram preservadas peças íntegra, atua no último quarto do século V a.C.. Dos outros, conhecemos pouco mais que os nomes e os títulos das peças, reduzidas hoje a fragmentos. Apontado pelos antigos, ao lado de Cratino e Eupolis, como integrante da tríade cômica canônica, Aristófanes compôs cerca de quarenta comédias, das quais onze foram preservadas. Além de ser um número representativo, elas distribuem ao longo de sua carreira, dando uma boa ideia de sua trajetória artística. São elas: Acarnenses, Cavaleiros, As Vespas, As nuvens, Paz, As aves, Lisístrata (ou A Greve de Sexo), As tesmoforiantes, As rãs, As mulheres na assembleia e Pluto (ou Um deus chamado dinheiro). Embora representem apenas uma fração do que se produziu no gênero, devemos muito de nosso conhecimento da comédia antiga a elas.
Apesar dessa centralidade, pouco se sabe sobre a vida de Aristófanes. De certo, tem-se que o poeta nasceu por volta de 450 a.C. e que fez sua estreia em 427 a.C., com Os convivas, peça da qual restaram alguns fragmentos. Somente dois anos depois, em 425 a.C., com Cavaleiros, ele se arriscou na direção, posto de grande visibilidade, exercido na maioria das vezes pelos autores, que ensaiavam coro e atores. Nessa peça, o coro declara que a composição de comédias é “a mais árdua dentre todas”, em virtude do caráter instável dos espectadores que passam do apoio à vaia em questão de instantes. Sua obra permite deduzir que teve uma formação requintada. Seu pai, Philippus, era dono de terras em Egina. Seus três filhos, Nicostratus, Araro e Philippus seguiram a carreira do pai como