lisítrata
Cleonice – Bom dia, Lisístrata. Por que você está de cara amarrada? Deixe esse ar trágico, meu bem, Você assim vai ficar com rugas.
Lisístrata – É, Cleonice; estou com o coração pulando de raiva de nós mesmas, mulheres. Dizem que com os homens somos espertíssimas...
Cleonice – E somos mesmo!
Lisístrata -... Mas quando se combina um encontro aqui para tratar de assunto tão sério, elas ficam dormindo; não aparecem!
Cleonice – Mas queridinha, elas virão. Você sabe como é difícil para a mulher sair de casa. Uma deve ter estado muito ocupada com o marido; outra teve de acordar a empregada; outra deve ter tido de fazer as crianças dormirem; outra teve de lavá-las; outra deve ter tido trabalho com o mingau...
Lisístrata – Sei de tudo isso, mas havia assuntos mais urgentes a tratar aqui!
Cleonice – Mas afinal, querida, por que motivo você nos convocou?
Lisístrata – Quero falar sobre uma coisa...
Cleonice – É grande a coisa?
Lisístrata – Muito grande!
Cleonice – Então todas já deviam ter chegado!
Lisístrata – (com ar de desânimo): A coisa não é essa em que você está pensando! Se fosse já estariam todas aqui há muito tempo. Trata-se de outra coisa, que está remexendo aqui em minha cabeça, que me faz ficar na cama virando para um lado e para outro há muitas noites.
Cleonice – Então essa coisa que faz você se virar tanto deve ser o máximo!
Lisístrata - É sim, e a salvação da pátria depende do apoio das mulheres à minha idéia.
Cleonice – Das mulheres? Fraco apoio...
Lisístrata – Fique certa de que o destino do país está em nossas mãos. Se falharmos a pátria estará perdida, será destruída por tantas lutas fratricidas. Mas se nós, as mulheres, nos unirmos, as mulheres de todos os rincões da Grécia, o país