Lisboa joanina
Este trabalho visa caracterizar o espaço citadino de Lisboa durante o reinado de D. João V, em termos físicos, sociais e simbólicos, de modo a conhecermos melhor aquele que foi o período do “Rei Sol” português. A 1ª metade do séc. XVIII é marcada pelo reinado de D. João V, época em que a exploração das riquezas do Brasil vai permitir a construção de majestosos edifícios barrocos: o Palácio das Necessidades, a Patriarcal, o Teatro da Ópera, entre outros. A cidade Joanina desenvolve-se à beira Rio, partindo de oeste, desde a Ribeira de Alcântara até Santa Apolónia e, estendendo-se para norte, até ao alto dos Prazeres, Santa Isabel, Rato, Santa Marta, Campo Santana, Graça e Senhora do Monte.
Como indício de um desenvolvimento urbanístico promovido por D. João V, assiste-se à divisão da cidade em duas dioceses (Lisboa Oriental e Lisboa Ocidental) a “cidade antiga” e a “cidade nova”, marcada por uma linha imaginária, seguindo sensivelmente o eixo da Rua dos Fanqueiros. O centro eclesiástico da Lisboa Oriental pertencia à Sé, antigo patriarcado da cidade. O da Lisboa Ocidental correspondia à Patriarcal, localizada no Terreiro do Paço.
A Lisboa Joanina apetrecha-se com equipamentos que interagem cenograficamente com o meio urbano, interferindo na ordenação dos espaços. Neste âmbito, destaca-se o monumental Aqueduto das Águas Livres e respectivos ramais, que alimentavam chafarizes de elegante recorte artístico.
De igual modo, seguindo o espírito da época, caracterizado por uma curiosidade latente no que se refere ao desenvolvimento e aplicabilidade de engenhos e mecânica, D. João V favoreceu a modernização e, mesmo, a instalação de uma série de indústrias. É neste contexto que se insere a instalação da Real Fábrica das Sedas que, embora de iniciativa privada, teve protecção régia.
Desta época destacam-se projectos executados para a obra do Aqueduto das Águas Livres. Este núcleo, constituído por inúmeros projectos,