Barroco em portugal
Com a época de D. JoãoV atinge-se o apogeu da arte barroca em Portugal. De facto, este monarca, que foi um dos que mais trabalharam para o engrandecimento do pais, sobretudo até à doença que o diminuiu a partir de 1742, e um dos que melhor soube impor o seu reino ao respeito e à admiração de todos os Estados do tempo, promoveu, através da sua acção esclarecida, um verdadeiro «salto», tanto quantitativo como qualitativo, na arte Portuguesa da Idade Moderna, com repercussões que ultrapassaram mesmo o século XVIII. O reinado do Magnânimo (1 de Janeiro de 1707 a 31 de Julho de 1750), um dos mais longos da História Portuguesa, foi igualmente grande na prosperidade alcançada por todos os campos da vida nacional. A neutralidade ante os diversos conflitos europeus, a defesa dos interesses da cristandade, a protecção e fomento do património ultramarino, o desenvolvimento económico e cultural do país, o prestígio da realeza e da Nação, foram os vectores que norteavam a sua acção governativa. Há, geralmente, a tendência para se associar a riqueza e prosperidade deste período ao fluxo de ouro e diamantes do Brasil, território merecedor da desvelada atenção do monarca, mas que, aliás, se fazia sentir já desde 1693. Isto é em grande parte verdade, mas não se pode igualmente esquecer toda a abra de fomento manufactureiro que, sobretudo entre 1720 e 1740, levou ao aparecimento de fábricas de papel, seda, vidros, a marcar presença no campo das artes decorativas, e ao incremento de muitas outras, com destaque para a manufactura de panos da Covilhã. A prosperidade económica e a paz que se gozam em Portugal, no tempo de D. João V concertaram-se determinantemente para o desenvolvimento das letras, das ciências e das artes, quer rítmicas, quer plásticas, mas igualmente foi factor decisivo a vontade régia de criar uma imagem de grandeza que granjeasse a admiração das potências externas e eliminasse a posição secundária em que o país