LINHAS AZUIS
36 vol.8
nº2
ago/dez 2009
Azul
Linhas Aéreas
Antes mesmo do começo efetivo de suas operações, a
Azul Linhas Aéreas disparou uma série de reações de suas duas principais concorrentes, TAM e GOL. A consolidação dessa empresa promete dinamizar a estrutura competitiva do setor aéreo no Brasil
Por HUMBERTO FILIPE BETTINI e ALESSANDRO OLIVEIRA
gvexecutivo 37
A
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A entrada de novas empresas em mercados sem barreiras comerciais ou regulatórias é hoje fato cotidiano. Para empresas consolidadas, e que terão seus mercados disputados, o acompanhamento dos planos estratégicos das novas entrantes é um exercício fundamental. Nesse âmbito, a veiculação, intencional ou não, de sinalizações, boatos e ameaças por meio de declarações públicas pode dar origem a movimentos reativos antes mesmo da entrada efetiva.
Este artigo investiga os movimentos estratégicos que a mais nova empresa aérea brasileira, a Azul Linhas Aéreas, tomou desde seu anúncio oficial, em janeiro de 2008.
Especialmente, enumera e analisa algumas reações de concorrentes que se materializaram meses antes do início de suas operações, em dezembro do mesmo ano.
O INÍCIO. A Azul Linhas Aéreas nasceu do interesse do empresário David Neeleman em investir na aviação do país.
Neeleman ficou famoso por ter fundado duas das maiores e mais lucrativas empresas aéreas seguidoras do conceito lowcost, low-fare na América do Norte – a americana jetBlue e a canadense Westjet. Uma de suas particularidades é a combinação de experiência na indústria e a isenção legal no que se refere à propriedade de empresas aéreas no Brasil. Cidadão brasileiro e americano, Neeleman pôde contornar os limites de propriedade de capital estabelecidos na legislação e aplicados a não-brasileiros pela Agência Nacional de Aviação
Civil. De fato, estrangeiros não podem deter mais que 20% do capital de empresas aéreas