Linguagem
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Faculdade de Comunicação
Departamento de Audiovisuais e Publicidade
Oficina Básica de Audiovisual
Professor David R. L. Pennington
Tatiana Tenuto
Escrito em: 10/04/2008
MARTIN, Marcel. A Linguagem Cinematográfica. São Paulo: Brasiliense, 2007.
Capítulo 2 – O Papel Criador da Câmera, p. 30-55.
Deslocar o aparelho de filmagem ao longo de uma mesma cena mostrou a criação de uma nova ferramenta de trabalho dos diretores: a câmera. Assim, em 1896, veio espontaneamente o travelling. Uma das grandes evoluções cinematográficas da época foi quando a câmera deixou de apenas registrar acontecimentos para se tornar ativa nos filmes, isto é, ser capaz de transmitir um ponto de vista. Nesse aspecto há a câmera subjetiva e o olhar face à câmera, entre outros. Mais tarde, quando a influência do teatro cessar, o fato de o ator se dirigir diretamente à câmera irá atingir o espectador com um efeito muito dramático. Com a evolução desse equipamento, haverá a preocupação com a composição da imagem, daí haverá todo um aperfeiçoamento técnico dos enquadramentos, de modo que o diretor organize o fragmento de realidade a ser mostrado na tela. Além disso, haverá a escolha de planos, para se encontrar a comodidade da percepção, para se determinar o plano que traz maior clareza à narrativa. Outro fator que pode modificar a significação do trabalho é o ângulo de filmagem, que pode dar a impressão de superioridade ou exaltação à personagem (contra-plongé) ou inferiorizá-la (plongé), e transmitir pontos de vista, subjetivos e objetivos, que podem interferir no outro. Além dos posicionamentos da câmera, há também os movimentos: acompanhar personagens, descrever um espaço, realçar personagens ou objetos, expressar o ponto de vista de um personagem, etc. Esses movimentos podem descrever e dramatizar a cena; em alguns filmes, o movimento também pode adquirir valor rítmico ou de penetração (em determinado espaço, por exemplo). O autor distingue ainda