LINGUAGEM E IDENTIDADE SOCIAL - Uma Abordagem Sociolinguística
Mas quem pode dizer que um saber popular é incorreto? No artigo Linguagem e Identidade Social – Uma Abordagem Sociolinguística, de Tércia Ataíde França Teles, a autora explica que “Não há hierarquia entre os usos variados da língua, assim como não há uso linguisticamente melhor que outro. Em uma mesma comunidade linguística, portanto, coexistem usos diferentes, não existindo um padrão de linguagem que possa ser considerado superior”. No entanto, é certo que, desde o início da humanidade, o ser dominante impõe que seus saberes e sua cultura são superiores ao ser dominado. Então, estes devem aprender a língua “correta”, esquecer sua história e ser moldados para viver em sociedade.
As heranças deste preconceito continuam enraizadas no modo de o brasileiro se relacionar. Ainda não se tem plena tolerância aos dialetos ou sotaques das regiões menos favorecidas, principalmente no âmbito econômico, do país. Infelizmente, existe uma percepção de que a linguagem culta, aquela rigorosamente ensinada por nossos colonizadores, deve ser a única falada do norte ao sul do Brasil. Todos são adaptados a escrever de acordo com os dicionários, mesmo não sendo este tipo de linguagem que se está habituado a ver no dia a dia.
A língua possui um caráter social, pertence a todo um conjunto de indivíduos. Porém, na maioria das vezes, exclui aquele que não faz uso de palavras cultas em um ambiente de trabalho ou em uma redação para ingresso em universidade, por exemplo. Na sociedade atual, a variedade linguística definida como norma padrão, influenciada pelo