Maquiavel
Com Maquiavel a política deixa de ser pensada a partir da ética e da religião, deixa de ser vista apenas no contexto da filosofia e se constitui em um campo de estudo independente, com regras e dinâmica livre de considerações privadas, morais, filosóficas ou religiosas.
O pensador florentino criticou as ideias cristãs em oposição a uma vida política que era violenta. No entanto, ele manteve as preocupações dos seus contemporâneos: a busca da virtude, da fama e da glória. Ou seja, ele mantinha a teoria realista com foco nas relações de poder e violência que encontra ecos em setores da teoria política contemporânea.
Para Maquiavel, a política identifica – se com o poder, enquanto atividade que visa o coletivo e tem prioridade sobre as demais esferas da vida humana. A política e a realidade objetiva é uma coisa só, deixa de ser vista como moral e ideal e passa a ser vista como uma técnica, com leis próprias, relativa ao cotidiano dos indivíduos.
Maquiavel acredita que o Estado não deve se preocupar com a política como deve ser, mas sim como ela é, como deve ser conquistada e mantida.
Ele mostra que o estado que o Estado pode adotar duas formas de governo: o principado e a república. O governante deveria ter ou aparentar ter vitú, pois com ela poderia perseguir o poder, a honra e a glória, que são bens perseguidos e valorizados.
Uma qualidade exigida do príncipe que deseja se manter no poder é a sabedoria de agir conforme as necessidades. O pensador florentino ensina que existe dois modos de combater: um com as leis, outro com a força. O primeiro próprio dos homens, o segundo dos animais. Mas afirma que os principais alicerces de qualquer Estado, seja ele novo, velho ou misto, consistem nas boas leis e nos bons exércitos.