LINGUAGEM, ESCRITA E PODER
Verônica de Souza da Silva
Nos tempos atuais diante de inúmeras possibilidades de entretenimento oferecidas pela tecnologia, aumenta-se a escassez pela leitura e a deficiência na formação de leitores competentes que não se limitam à decodificação de signos, mas apreendem o discurso de um texto. Por isso, dá-se a necessidade do uso de estratégias por parte do autor, para instigar seu leitor lauda a lauda e, fazer com que eles percebam que vale a pena exercer o ato de ler, principalmente quando se trata de temas abstratos e pouco difundidos na sociedade, como a linguagem. Desta forma age Gnerre, o autor de Linguagem, escrita e poder, que através de suas argumentações e uma digna base teórica como Bakhtin, Bloomfield, Foucault,
Eisenstein, consegue atingir este objetivo.
Antes do início da leitura da obra em questão, o leitor precisa colocar duas barreiras ao chão. Primeira, quando o indivíduo percebe que se trata de um texto metalinguístico já o associa ao velho mito “Português é difícil” (Bagno, 2002:37) não se sentido hábil para tal leitura. Segundo “A linguagem é um patrimônio característico de toda a humanidade” (Franchi:24), dada a todas as pessoas independente de raça, classe social e sexo, o leitor passa a considerar um tema não atrativo que terá como resultado uma leitura cansativa .Mas tais barreiras viram ruínas quando o leitor se atenta para o terceiro termo que nomeia a obra, a palavra poder. Questionando-se: Qual seria a ligação entre linguagem e poder?
Incitando esta questão o autor já conseguiu sua primeira meta, chamar a atenção do leitor para a obra através do título. Nas seguintes páginas ele mostrará se o título foi orientador ou desorientador, em Linguagem escrita e poder conclui-se que ele é orientador, pois durante o texto é comprovado a ligação entre ambas.
Segundo Gnerre, "A linguagem constitui o arame farpado mais poderoso para