Linguagem em ciencias
Introdução
Os processos comunicativos envolvidos na aprendizagem tem sido cada vez mais privilegiados nas pesquisas em Ensino de Ciências. Esta nova abordagem é caracterizada por uma visão de mundo que contempla o homem como ser integrado e integrante do contexto no qual vive e trabalha. Os pressupostos teóricos da abordagem psicológica de Vygotsky e da teoria da linguagem de Bakhtin vieram sustentar esta posição.
Os dois grupos soviéticos buscaram na linguagem a chave das questões epistemológicas sobre o conhecimento do ser humano. Rejeitaram posições dicotômicas em relação à psicologia e à linguagem, buscando uma síntese dialética, uma relação entre interno e externo como constituição do sujeito da e na sociedade. “Assim como o trabalho se fragmenta na sociedade, também a linguagem se fragmenta se instrumentaliza. Opondo-se à utilização da língua como instrumento e meio de, opondo-se à sua coisificação e transformação em mercadoria, conceberam a linguagem como produção. Contra a função reprodutora da linguagem, Bakhtin enfatizou a língua como produção, propondo a polifonia – composição de diversas vozes, sons; a polissemia – diversidade de sentido que uma palavra pode adquirir; o dialogismo. Vygotsky compreendeu a expansão e o aprofundamento da experiência individual como uma decorrência da apropriação da experiência social pela mediação da linguagem.” (Freitas, 1996:160).
A articulação entre os pressupostos vygotskianos e bakhtinianos tem sido objeto de estudo principalmente da didática para o Ensino de Línguas (Rojo, no prelo). No entanto, verifica-se na literatura de pesquisa em Ensino de Ciências, o interesse crescente sobre as questões da linguagem e da interação entre sujeitos relacionadas com a construção do conhecimento/pensamento científico (Machado, 1999; Ferreira Machado, 1999; Wells, 1998; Candela, 1998; Jiménez-Aleixandre et al, 1998; Mortimer &