Linguagem audiovisual
Os diferentes tipos de sexualidade na linguagem audiovisual ANDRÉ LUÍS CIA No segmento audiovisual, a imagem e o som podem ser comparados a um casamento perfeito. Popularmente dizendo seria o mesmo que combinar a goiabada ao queijo. No entanto, é possível separá-los e, mesmo assim, ter um excelente resultado. Em muitos casos, a imagem é tão forte que não necessita de uma legenda para explicá-la. Ela por si só já representa o próprio texto. Em 1989, na China, uma cena da vida real foi retransmitida para o mundo todo. Nela, não havia legenda e nem som. Na época, mesmo que os apresentadores das emissoras não dissessem nada ou que o gerador de caracteres da TV não exibisse nenhuma legenda, era possível compreender e se emocionar com a inesquecível imagem de um jovem chinês tentando impedir sozinho a passagem de tanques do exército na Praça Celestial. A cena dizia tudo. Na ficção, também existem exemplos marcantes. Um deles, é do filme ET, de Steven Spielberg , onde ET é carregado no cesto de uma bicicleta que ele faz voar pelos ares. Na TV, as telenovelas e minisséries também exibiram ao longo dos últimos anos cenas que marcaram época. Em “Vale Tudo”, de 1988, a cena final de Marco Aurélio (Reginaldo Faria) dando uma “banana” ao fugir de helicóptero do Brasil era o retrato da impunidade que já assolava o país. Por outro lado, o som também é essencial em muitos casos. A cena do chuveiro no filme “Psicose” não teria o mesmo impacto se não fosse sua inconfundível trilha sonora. Segundo Cruz (2007, p. 35), a linguagem cinematográfica é composta por uma totalidade de códigos específicos e não específicos. No primeiro grupo, estão os movimentos de câmera e a montagem, o tempo, o espaço, a palavra e o som. Em outro grupo, estão os códigos não específicos ou não fílmicos, que são aqueles compartilhados com linguagens como a iluminação, o vestuário, o cenário, a cor e o desempenho