Lingua falada e escrita
Desse modo, fala e escrita encontram-se em um continuum que abrange diversos gêneros de texto. Há uns que se aproximam mais da fala, assim como há outros que mais da escrita, não havendo, portanto, um padrão predeterminado entre elas. As proximidades entre língua escrita e língua falada são tão estreitas que parece existir, em determinados casos, uma mescla entre elas, podendo ocorrer tanto nas estratégias textuais quanto nas situações de sua realização; uma carta pessoal, por exemplo, escrita em um estilo descontraído pode ser comparada à uma narrativa oral espontânea.
Língua escrita e língua falada, por outro lado, apresentam diferenças, uma vez que divergem em suas maneiras de aquisição, produção, transmissão, recepção e uso, bem como os meios nos quais os elementos de sua estrutura se articulam.
A língua falada, segundo Fávero (2005), é o resultado da construção conjunta de pelo menos um falante em contato com um ouvinte e o seu planejamento se realiza localmente e de maneira simultânea ? ou quase simultânea ? à produção, fato que, segundo o autor, não possibilita um tempo maior para a sua elaboração, tornando-a, assim, redundante e fragmentada.
A língua escrita, por sua vez, é uma atividade desenvolvida de modo solitário, o que permite um tempo mais longo para seu planejamento, elaboração e até mesmo a sua revisão, assim como um maior envolvimento do escritor com o texto, com o leitor imaginário e com o tópico discursivo a ser abordado.
Nas relações entre língua escrita e língua falada, faz-se necessário levar em consideração as condições de produção, que são diferentes em cada modalidade da língua. Essa relação pode ser