Liga arabe
1.1 Surgimento do organismo
A idéia de criação de uma unidade árabe remonta aos primórdios da civilização árabe com a expansão do Islã a partir do século VIII, mas as primeiras tentativas no sentido de formar uma organização internacional responsável pela progressiva união entre as diferentes nações só apareceram a partir da Segunda Guerra Mundial.
A necessidade de coalizão entre os países árabes para resistir à expansão da Alemanha Nazista e apoiar as independências que se intensificaram a partir deste momento, com o enfraquecimento dos países europeus com a Guerra.
Estes dois motivos, somados à mobilização em favor da causa palestina, formaram o contexto da convocação, pelo primeiro ministro egípcio Mustafa Al-Nahas, da Conferência Pan-árabe, no Cairo, em 22 de setembro de 1944, da qual participaram representantes da Síria, Iraque, Líbano e Jordânia, que elaboraram o pacto que ficou conhecido como Protocolo de Alexandria e que definia as bases do que seria a Liga dos Estados Árabes, que teria sua capital na cidade do Cairo.
Já em 1948 a liga organizou um boicote econômico à Israel, dando início a uma política que viria a se tornar uma das principais bases de união entre os membros até os dias de hoje. De acordo com Daniel Pezzutti Ribeiro Teixeira, existem três razões fundamentais para a criação da Liga:
a) O crescimento dos movimentos nacionais com a mobilização criada durante a Segunda Guerra Mundial.
b) A fundação do Estado de Israel e a migração de palestinos para a Cisjordânia
c) O aumento da tensão cultural com o ocidente.
O conflito entre Estados Unidos e União Soviética foi fundamental para a manutenção dos interesses ingleses e franceses que estimularam o desenvolvimento de reformas liberais e, no caso da Inglaterra, influenciou nos movimentos de resistência e independência na região. A influência da Inglaterra esteve sempre presente desde a concepção dos princípios fundamentais o estatuto da Liga.