licenciamento Ambiental
É notável também a intensificação artística ocorrida, com a presença de poetas, escultores, pintores que alimentavam a produção cultural, com forte influência Barroca.
“O OURO É o metal mais sublime e mais admirado que a terra produz... Entre outras virtudes que a natureza lhe conferiu, uma é singular: a de confortar a fraqueza do coração e provocar alegria e magnanimidade, afastar a melancolia e clarear os olhos na escuridão...”1
Maria Lúcia Bezerra da Silva Alexandre
Particularmente, a região em torno das cidades de Ouro Preto e Mariana, núcleo inicial do ciclo do ouro, teve sua fisionomia moldada pela extração de ouro e de diamantes nas margens do Ribeirão do Carmo e córregos que o alimentam. Do século XVIII até os dias de hoje, toda a vida regional se estruturou em torno da exploração mineral. O ouro deixou suas marcas na paisagem característica dos núcleos urbanos, das serras e dos rios submetidos a séculos de atividades extrativas. Também o fez nos contornos da vida econômica e, nas não menos importantes, formas de pensar, de sentir e de sonhar de seus habitantes. Há, sem sombra de dúvida, um “imaginário do ouro” que preenche os poros da vida e a memória desta região.
Desde muito cedo, a atividade mineradora nas Minas, bem como em todo o Brasil, representou um foco de tensões e conflitos: de um lado, as pretensões de um Estado distante, mas ávido por mapear, mensurar, documentar, controlar as concessões de mercês e, especialmente, tributar pesadamente, e de outro, os interesses dos descobridores e exploradores de jazidas, ciosos em guardar para si, ocultar e garantir a posse daquilo que consideravam fruto do próprio empenho