Libras
Ao falarmos em língua de sinais estamos a referir-nos a língua materna/natural de uma comunidade de surdos, isto é, uma língua de produção manuo-motora e de recepção visual, com vocabulário e gramática próprios, não dependente da língua oral, usada pela comunidade surda e alguns ouvintes, tais como parentes de surdos, intérpretes, professores e outros.
Algo que desperta grande curiosidade é o fato da Língua de Sinais apresentar-se na modalidade viso espacial. Isto significa que as informações são veiculadas por meio de signos ou palavras visuais, que exploram a organização espacial de forma precisa. Pela diferença de modalidade em relação à língua oral constatamos a ocorrência de vários equívocos. Dentre eles, pode-se destacar o fato de que, de maneira predominante, infere-se que se pode fazer sinais e falar ao mesmo tempo, afinal a Língua Portuguesa utiliza o canal oral-auditivo e a LIBRAS o canal viso-espacial. Falta a reflexão de que as duas línguas são estrutural e gramaticalmente bem diferentes. Além de não existir um sinal único para cada palavra da Língua Portuguesa, as formas de se colocar as sentenças são bem antagônicas. A LIBRAS possui elementos intrínsecos que a Língua Portuguesa não tem, e vice-versa. Desse modo, ao se tentar utilizar as duas línguas ao mesmo tempo, na verdade não utiliza língua alguma. Grande parte dos Surdos não entende ouvintes que tentam fazê-lo, pois a LIBRAS fica totalmente descaracterizada. Para melhor compreensão podemos compará-la com línguas orais, ou seja, não se pode pensar em inglês e português ao mesmo tempo. É preciso destacar que as Línguas de Sinais são línguas completas capazes de expressar qualquer assunto, com o mesmo grau de complexidade de qualquer língua oral. Desse modo, reiteramos que a LIBRAS não é mímica, não tem origem na língua oral e por meio dela é possível discutir filosofia, história, religião, literatura, política, física quântica e etc.. O intérprete de LIBRAS, sendo