Libertinagem
Manoel Bandeira
Contexto histórico da obra:
Manoel Bandeira fez parte do modernismo, que se iniciou em 1922 com a Semana de Arte Moderna. Este movimento literário foi caracterizado pelo rompimento de tudo o que havia sendo apresentado, ou seja, tudo é voltado para o novo.
Enredo:
A obra “Libertinagem” de Manoel Bandeira é constituída por 38 poemas (dois dos quais em francês), em sua maioria, nota-se a intenção do poeta de cortar laços com as formas tradicionais, acadêmicas e passadistas. Vários de seus poemas são de caráter confessional, onde o eu lírico, de forma autobiográfica, expõe sua melancolia.
Aspectos da época:
Em sua maioria, nota-se a intenção do poeta de cortar laços com as formas tradicionais, acadêmicas e passadistas. Por esse motivo, é considerado o livro mais vanguardista de Manuel Bandeira e o primeiro totalmente modernista. Nele, pode-se observar um poeta mais seguro em relação à própria liberdade de expressão proposta pelo modernismo.
Aspectos pessoais da vida do autor:
Uma certa melancolia, associada a um sentimento de angústia, permeia sua obra, em que procura uma forma de sentir a alegria de viver. Doente dos pulmões, Bandeira sofria de tuberculose e sabia dos riscos que corria diariamente, e a perspectiva de deixar de existir a qualquer momento é uma constante na sua obra.
Pneumotórax
“Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três... trinta e três... trinta e três...
— Respire
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.”
Note os recursos modernistas empregados pelo autor:
1. A maior parte do poema, assim como em é construída sob forma de diálogos;
2. Linguagem coloquial;
3. Versos livres e