COMPARAÇÃO DA PEÇA DE MOLIERE, DON JUAN, E A ÓPERA DE MOZART, DON GIOVANNI, FUNDAMENTADAS NO TEXTO, O ESPÍRITO LIVRE, DA OBRA ALÉM DO BEM E DO MAL DE NIETZSCHE
NO TEXTO, O ESPÍRITO LIVRE, DA OBRA ALÉM DO BEM E DO MAL DE NIETZSCHE
A comparação da Peça Don Juan, de Molière e a ópera Don Giovanni, de Mozart permitem amplas possibilidades de análises e discussões teóricas. E dentre essas possibilidades podemos optar por uma abordagem voltada à concepção de Liberdade apresentada nas obras citadas e a defendida por Nietzsche no texto “O espírito livre” que é parte da obra “Além do bem e do mal”.
Tanto peça quanto na ópera há uma referência a personagens que existiram na sociedade nos séculos XVII e XVIII: traduzidos na figura de um libertino, um herói legendário, arquétipo do devasso e amoral. Personagens esses que em suas posturas e condutas pessoais, sociais e humanas representam uma ruptura com os padrões instituídos pela sociedade e pela Igreja (Instituição) da época. No entanto, esse rompimento não significou liberdade de consciência, mas um discurso favorável à promiscuidade e um descompromisso total com a moral vigente.
A situação histórica, isto é, a contextualização e ambientação se fazem em um momento em que o luxo, a ostentação de vestimentas, a preocupação de estar em evidência originam a uma identidade do homem que se impõe como o “homem da Corte”, isto aproxima a galanteria a uma “profissão”, e permite que as máscaras sociais se enraízam e a hipocrisia se reafirme. Assim a liberdade assume, ou melhor, adquire um sentido de comportamento moral. Desvinculando-se de suas premissas e de uma postura libertária e caracterizando-se como uma concepção desconcertante de liberdade, que se confunde com libertinagem e assume no século XVIII a finalidade de preencher uma existência vazia e inútil. Entretanto, houve uma tentativa de preservar o caráter moral da libertinagem, mas o século XVII verá surgir as primeiras alusões aos hábitos depravados. Pressionadas pela reação político-religiosa, as reivindicações da