liberdede
MIGUEL
REALE
1.-0 fato de terem sido os economistas os primeiros a dedicar atencáo ao problema do valor, procurando deterrniná-lo em funcáo dos coneeitos de utiIidade ou de raridade, a luz da lei da oferta e da procura ou em termos de puras relacóes matemáticas, é c1everas eloquente para comprovar-se a correlacáo essencial que existe entre a temática axiológica e o sentido da época ern que vivemos.
Se a Economia Política chegou a ser apresentacla como (la ciencia do valor", sinal de que nenhuma época histórica teve, tanto como a nossa, a marca das preocupacóes produtivas e utilitárias, polarizando-se no fato económico as coordenadas da civilizacáo .
Dessarte, quando KARL MARX, integrando a dialética de HEGEL e o materialismo de FEUERBACH, desenvolven a sua concepcáo da história fundada na fórca modeladora dos meios de producáo, nao fazia mais do que extender para todos os ciclos históricos o acertado diagnóstico da época burguesa, efetivamente dominada pelo primado das valéncias económicas.
Animado pelo mesmo espírito produtivista, que inspirara os mestres rnanchesterianos, desde ADAM
SMITH
a DAVID
RICARDUS,
o autor de O
Capital teve o mérito de correlacionar o fator económico com os demais fatores sociais, e,apesar de acentuar em demasía a importancia da técnica de producáo, até ao ponto de de naturar a Iisionomia complexa do processo histórico, soube revelar-nos que "capital", "trabalho",
"valor", etc. sao conceitos cuja deterrninacáo se liga a toda a problemática filosófica e sociológica.
Na realidade, a nocáo que MARX dá de valor ultrapassa os horizontes particulares da ciencia económica, suscitando urna série de questóes de alcance uni versal .
Poi s bern, ao mesmo tempo que o marxismo potenciava, histórica e sociológicamente, o conceito de valor, correlacionando com este os problemas essenciais da co movisáo política, desde o da liberdade ao da olienaciio, a temática do valor. nos quadros da