letras
Nascido em Oriol, localidade a sul de Moscovo, de família aristocrática em decadência, cresceu entre Vínius e Odessa, cidades fronteiriças com grande variedade de línguas e culturas. Mais tarde, estudou Filosofia e Letras na Universidade de São Petersburgo, abordando em profundidade a formação em filosofia alemã.
Viveu em Leningrado após a vitória da revolução em 1917. Entre os anos 24 e 29 conheceu os principais expoentes do Formalismo russo e publicou Freudismo (1927), O método formal nos estudos literários (1928) e Marxismo e Filosofia da Linguagem (1929), sendo esta última talvez a sua obra mais célebre.
Teoria literária
Conceitos fundamentais associados à obra de Bakhtin incluem o dialogismo, a Polifonia (linguística), a heteroglossia e o carnavalesco.Todos eles se afirmam na sua teoria literária, formulada principalmente na sua tese de doutoramento: A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais (1941), em que rechaça a norma unívoca e a rigidez dos padrões e estilos. Reivindica a ambivalência, o discurso carnavalesco, amplo, polifónico e dialógico. Opõe-se à unidirecionalidade da retórica clássica e reivindica uma interpretação participativa, integradora, social, diversa e múltipla na construção da obra literária.
O conceito de linguagem em Bakhtin
Indagar-se sobre os conceitos na obra de Mikhail Bakhtin é sempre um desafio, pois sabe-se que aí está tudo em movimento permanente e não há terreno sólido para as construções formais. Mesmo porque, se há alguma coisa que caracterize o seu pensamento, essa alguma coisa é uma adesão inconteste à filosofia do movimento. Nada é, em sua obra, definitivo, nada está estabelecido permanentemente, tudo oscila com as alterações do quadro histórico, em que as ações humanas se desenrolam.Minha proposta, hoje, é tentar alinhavar em linhas gerais como seu pensamento trabalha com a linguagem.
Este é um terreno minado, pelas muitas teorias e filosofias que dele se