O inconsciente freud
TêTULO ORIGINAL: ÒDAS UNBEWUSSTEÓ.
PUBLICADO PRIMEIRAMENTE EM
INTERNATIONALE ZEITSCHRIFT F†R
€RZTLICHE PSYCHOANALYSE [REVISTA
INTERNACIONAL DE PSICANçLISE MƒDICA],
V. 3, N. 4, PP. 189-203, E N. 5, PP. 257-69.
TRADUZIDO DE GESAMMELTE WERKE X,
PP. 264-303; TAMBƒM SE ACHA
EM STUDIENAUSGABE III, PP. 119-73.
Aprendemos, com a psican‡lise, que a ess•ncia do processo de repress‹o n‹o consiste em eliminar, anular a ideia que representa o instinto,* mas em impedir que ela se torne consciente. Dizemos ent‹o que se acha em estado de ÒinconscienteÓ, e podemos oferecer boas provas de que tambŽm inconscientemente ela pode produzir efeitos, inclusive aqueles que afinal atingem a consci•ncia.
Tudo que Ž reprimido tem de permanecer inconsciente, mas constatemos logo de in’cio que o reprimido n‹o cobre tudo que Ž inconsciente. O inconsciente tem o ‰mbito maior; o reprimido Ž uma parte do inconsciente.
De que forma podemos chegar ao conhecimento do inconsciente? ƒ claro que o conhecemos apenas enquanto consciente, depois que experimentou uma transposi•‹o ou tradu•‹o em algo consciente. Diariamente o trabalho psicanal’tico nos traz a experi•ncia de que Ž poss’vel uma tal tradu•‹o. Isso requer que o analisando supere determinadas resist•ncias, as mesmas que outrora, rejeitando-o do consciente, transformaram um dado material em reprimido.
I. JUSTIFICA‚ÌO
DO INCONSCIENTE
O direito de supor uma psique inconsciente e de trabalhar cientificamente com essa hip—tese nos Ž contestado de muitos lados. A isso podemos replicar que a suposi•‹o do inconsciente Ž necess‡ria e leg’tima, e que possu’mos v‡rias provas da exist•ncia do inconsciente. Ela Ž necess‡ria porque os dados da consci•ncia t•m muitas lacunas; tanto em pessoas sadias como em doentes verificam-se com frequ•ncia atos ps’quicos que pressup›em, para sua explica•‹o, outros atos, de que a consci•ncia n‹o d‡ testemunho. Esses atos n‹o s‹o apenas as a•›es falhas e os sonhos dos