Freud e Inconsciente
O conceito de inconsciente difere de Freud para Jung. Enquanto a teoria de Freud busca as causas, a de Jung busca a direção, a finalidade. Para Freud, o inconsciente é um depósito de rejeitos do consciente, isento de movimento e estático, se forma, portanto, a partir do consciente. Para Jung o inconsciente não é estático e rígido, o inconsciente é dinâmico, produz conteúdos, reagrupa os já existentes e trabalha numa relação compensatória e complementar com o consciente.
Freud considerou todo o mental como sendo, inicialmente, inconsciente; a qualidade ulterior de consciência podia tanto estar presente como ausente. Qualquer um que tenha insistido que os seus próprios processos ocultos realmente a uma segunda consciência defrontou-se com o conceito de uma consciência de algo do qual nada se sabia, de uma “consciência inconsciente”, e isto dificilmente seria preferível à suposição de um “inconsciente mental”. Para Freud, o que formava o inconsciente eram apenas conteúdos pessoais, mantendo sua individualidade psíquica, onde cada ser humano detém seus próprios conteúdos reprimidos, geralmente marcadas na infância, abalando o equilíbrio da consciência.
O inconsciente que Freud teorizou é identificado como resultado do acúmulo do que foi descartado durante toda uma vida, cujos conteúdos são oriundos sobretudo da infância.
Para Jung o ser humano nasce inconsciente e traz com ele muitos conteúdos herdados dos ancestrais. Assim, o inconsciente existe “antes”, é pré-existente ao consciente. Segundo Nise da Silveira, “Pode-se representar a psique como um vasto oceano (inconsciente) no qual emerge pequena ilha (consciente)”. Jung o inconsciente é caracterizado em duas camadas. O primeiro é o inconsciente pessoal, onde é mantida toda a experiência pessoal de cada pessoa. Podendo essas ser reprimidas, esquecidas ou ignoradas. Há também casos de experiências muito fracas demais para chegarem à consciência. Correspondem àqueles aspectos