Lentificação e Individuação

Lentificação e individuação
A actividade nervosa reclamada pelo funcionamento equilibrado do organismo traduz-se no funcionamento de um pormenorizado sistema neurológico, eléctrico e químico de comunicação, cuja base é uma rede microscópica de neurónios. Esta complexidade neuronal é correlativa de evolução prolongada de que o nosso sistema nervoso foi alvo no decurso lento da filogénese. A lentificação no ritmo de desenvolvimento possibilitou a complexificação a nível de organização e funcionamento.
O homem é a espécie com o período de infância mais alargado, demorando anos a ganhar autonomia. Todos estes anos lhe são necessários para ultrapassar a imaturidade biopsicológica com que nasce. São muitas as aquisições e aprendizagens que o ser humano tem. Autonomia tem o significado de actuação pessoal, livre e individualizada, afastada dos condicionalismos estereotipados dos comportamentos da espécie.
Lentificação, complexificação e individualização constituem-se, assim, como uma tríade de conceitos correlativos e que nos permitem, uma vez mais, concluir que é na prematuridade que potencialmente reside a força criativa que torna o ser humano mais autónomo e singular.
Individuação – processo de singularidade e autonomia que permite a cada ser humano escapar à padronização específica, comportando-se de modo original.
A lentificação possibilita a complexidade e a individuação num refinamento organizacional.
Plasticidade e aprendizagem
Plasticidade – alterações fisiológicas dos neurónios, resultantes da aprendizagem e da memoria.
Factores fundamentais no processo do tornar-se humano
A construção do ser humano pressupõe uma base biológica hereditária – um certo número de competencias existentes em todos os homens. Estas competências especificas, possiblitadas pela rede neuronal complexa de que o cérebro humano é dotado, desenvolvem-se no convívio com as outras pessoas, isto têm por trás um complexo inigualável de aprendizagens. Deste modo, na interação com os