Lenio Braga
Lenio Braga nasceu em Ribeirão Claro, norte do Paraná, em 27 de junho de 1931. Segundo filho da professora Adelaide Braga Brazil e do juiz de Direito Hernande Brazil, mudou-se para São Paulo com 9 anos de idade, onde estudou até completar o científico.
Desde cedo manifestou inclinação para as artes plásticas, demonstrando grande habilidade e uma curiosidade inesgotável, que o acompanhou por toda a vida. Experimentou praticamente todas as formas de expressão plástica: desenho, pintura, gravura, escultura, muralismo, cerâmica, artes gráficas e fotografia.
Seu espírito inquieto e rebelde fez com que entrasse em conflito com o pai, saindo de casa antes de completar 19 anos. Fez o serviço militar obrigatório na Aeronáutica, de onde saiu detestando visceralmente qualquer tipo de farda ou batina. Este traço torna-se explícito nas obras que criou nos anos 60, caricaturando sem piedade padres e militares em óleos, gravuras e desenhos, o que lhe acarretou problemas com a Censura da época.
Os artistas modernos de São Paulo, no final da década de 40, orbitavam em torno do Museu de Arte Moderna, na Rua Sete de Abril, no centro. Reuniam-se ali artistas jovens e consagrados, críticos e historiadores.
A chegada de Pietro Maria Bardi, convidado por Assis Chateaubriand, também mobilizou a classe artística em torno do ambicioso projeto de criar um grande e dinâmico museu. Inaugurado em 1947 no centro da cidade, só em 1968 o MASP ganharia sua sede definitiva, na Avenida Paulista.
Lenio acompanhou de perto o debate estético e ideológico que envolveu estas iniciativas. Teve aulas de gravura com Lívio Abramo e Helen Kerr, mas foi autodidata em outras técnicas. Estudou História da Arte e debruçou-se sobre os clássicos, estudando composição, volume e técnicas de claro-escuro. Apaixonou-se pelos impressionistas, optando definitivamente pelo figurativismo como forma de expressão. Pesquisou atentamente o Modernismo brasileiro, preparando o terreno para sua ativa