LEISHMANIOSE VISCERAL
As leishmanioses são consideradas primariamente como uma zoonose podendo acometer o homem, quando este entra em contato com o ciclo de transmissão do parasito, transformando-se em uma antropozoonose. Atualmente, encontra-se entre as seis endemias consideradas prioritárias no mundo.
A leishmaniose visceral, dada a sua incidência e alta letalidade, principalmente em indivíduos não tratados e crianças desnutridas, é também considerada emergente em indivíduos portadores da infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), tornando-se uma das doenças mais importantes da atualidade.
Tem ampla distribuição ocorrendo na Ásia, na Europa, no Oriente Médio, na África e nas Américas, onde também é denominada leishmaniose visceral americana (LVA) ou calazar neo-tropical.
Na América Latina, a doença já foi descrita em pelo menos 12 países, sendo que 90% dos casos ocorrem no Brasil, especialmente na Região Nordeste.
As estratégias de controle, até então utilizadas, estavam centradas e dirigidas verticalmente para o controle do reservatório canino (inquérito sorológico canino e eutanásia em cães sororreagentes), bem como para a aplicação de inseticidas, diagnóstico e tratamento adequado dos casos registrados. Entretanto, essas medidas, muitas vezes realizadas de forma isolada, não apresentaram efetividade para redução da incidência da doença, determinando a necessidade de reavaliação das ações propostas pelo Programa de Controle da Leishmaniose Visceral (PCLV).
2. HISTÓRICO DA LEISHMANIOSE
Em 1885, foi feita a primeira observação dos parasitos que causavam a leishmaniose na Índia. Em 1903, o agente etiológico foi descrito por William Leishman e Charles Donovan.
Na América o primeiro caso relatado foi em 1913 no Paraguai, no Brasil o primeiro caso relato do parasito foi em 1934 em um corte histológico post-mortem de indivíduos da região do Norte o Nordeste.
O primeiro caso in vivo humano foi diagnosticado em 1936 e 1939 por Evandro Chagas e