Etiologia As Leishmanioses são um grupo de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania, manifestando-se sob várias formas clínicas. Na natureza todas as espécies de Leishmania existentes são transmitidas ao homem e a outros mamíferos por meio da picada de fêmeas de insetos hospedeiros infectados. Os hospedeiros invertebrados estão restritos a espécies de flebotomíneos hematófagos (Ordem Díptera, Família Psychodidae, Sub-família Phlebotominae), especialmente à subspécie Lutzomya longipalpis no Novo Mundo e ao gênero Phlebotomus, no Velho Mundo. | Nas Américas, a leishmaniose no homem pode ser dividida em duas amplas categorias: a leishmaniose tegumentar americana e a leishmaniose visceral. A leishmaniose tegumentar americana possui grande variedade de formas, as quais podem ser agrupadas da seguinte maneira: leishmaniose cutânea, caracterizada por lesões localizadas na pele que podem curar espontaneamente ou evoluir para lesões crônicas com cicatrizes desfigurantes; leishmaniose mucocutânea, caracterizada por lesões ulcerativas e destrutivas das mucosas; leishmaniose cutânea difusa, caracterizada por lesões nodulares não ulcerativas e disseminadas. A forma visceral da doença é crônica e progressiva e afeta vários órgãos, incluindo o baço, o fígado, a medula óssea, os linfonodos e a pele. | | O ciclo da Leishmania envolve o hospedeiro vertebrado e o vetor flebotomíneo. Nos hospedeiros mamíferos, a Leishmania é obrigatoriamente um parasito intracelular e existe na forma amastigota no interior de células do sistema mononuclear-fagocitário. As formas amastigotas caracterizam-se por serem circulares, com diâmetro de 5 mm, possuindo núcleo, cinetoplasto e rudimento de flagelo. Sua multiplicação se dá por divisão binária, ocorrendo repetidamente até a destruição das células hospedeiras. No trato alimentar dos flebotomíneos, as forma amastigotas se transformam em paramastigotas e promastigotas, formas flageladas e móveis, alongadas, que apresentam núcleo