Lei Seca

Mesmo com todos os discursos cheios de promessas de desenvolvimento e tantos comerciais com estatísticas da evolução do Brasil, nossa fé e nosso nacionalismo “vem abaixo” com a menção de sermos o país com a maior taxa de mortalidade por acidentes de trânsito do mundo; isso quando consideramos dados mais seguros do DPVAT (Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre) do que aqueles desatualizados que o governo nos apresenta, a fim de nos manter “sóbrios” sobre a real situação nacional. São apontadas como as causas dos acidentes a imprudência, a imperícia, falhas mecânicas. Porém, em um laudo pericial emitido por um órgão público, nunca se tem a precariedade de uma via, o aumento do fluxo de veículos, morosidade na punição dos responsáveis e as falhas em fiscalizações. Assim, o problema é o álcool e não a má formação de condutores. O problema são os carros e não as precariedades das infraestruturas. O problema é nossa inclinação cultural para burlar leis e não a ineficiência do poder público na aplicação de uma lei que serviria para a melhora da segurança do trânsito. Por isso, para nós cidadãos que não se contentam só com o discurso de que dirigir alcoolizado pode causar dados a muitos, iniciativas do governo como a Lei Seca nos incitam a suspeitar de outros objetivos se não a melhor segurança nas vias. O enriquecimento dos cofres púbicos com as soluções arrecadatórias para o trânsito e a propagação da influência norte-americana no nosso país, já que a redução da circulação de carros nas ruas significa mais petróleo, estão entre os principais motivos para que não se confie plenamente nas propostas do Brasil. Então, cabe ao atual governo do país provar que nossas suspeitas estão erradas e não passam de ressentimentos com os antigos governantes, cumprindo com seu dever público e superando muitas expectativas; para ofuscar as taxas que, um dia, vieram a ser o tema principal de redações de exames nacionais.

Thayane Guimarães Santos