Lei bill aberdeen
Inspirados nos ideais do iluminismo, alguns intelectuais e críticos começaram a defender a idéia de que seria impossível construir uma nação livre, onde a grande maioria da população vivia submetida a uma ordenação social excludente. Além de contar com essas primeiras vozes contrárias, o movimento abolicionista brasileiro se desenvolveu também graças a pressão política da Inglaterra que, desde os primeiros anos da independência, exigia o fim dessa prática.
A postura britânica pode ser vista de forma bastante curiosa, já que ao longo de todo o século XVIII essa mesma nação ocupou o posto de maior traficante de escravos. Poderíamos alegar aqui que a ilha britânica, assim como no Brasil, foi influenciada pelos ideais de liberdade e assim mudou sua visão em relação à escravidão. No entanto, devemos nos lembrar que os séculos XVIII e XIX foram marcados por uma profunda transformação econômica trazida com a Revolução Industrial.
No conjunto de suas transformações, a Revolução Industrial abriu portas para que o sistema capitalista consolidasse novas relações de produção, demanda e consumo. Sendo visivelmente marcadas pela competitividade e a busca pelo lucro, as práticas capitalistas exigiam que a Inglaterra ampliasse os seus mercados consumidores. Todavia, a permanência da escravidão era vista como um entrave para a ampliação dos mercados. Afinal de contas, um escravo não recebia salário e, muito menos, poder de compra.
Por conta dessa necessidade, os ingleses, já em 1833, deram fim à escravidão em todas as suas