latencia
O período de latência
Como entender o desenvolvimento da sexualidade da criança e sua inserção na sociedade. Conheça quais movimentos sociais envolvem meninos e meninas nessa fase
Por Ana Maria Sabrosa G. C. Nogueira
Sigmund Freud escreveu que “o comple- xo de Édipo revela, de maneira crescen- te, sua significação como o fenômeno central do período sexual da primeira infância. Depois, já sepultado, sucumbe à repres- são e é seguido pelo período de latência”. Após todos os intensos processos defensivos, a sexua- lidade infantil deixa de apresentar o manifesto vigoroso de antes e passa então a influenciar o psiquismo desde uma expressão latente e, portan- to, através de outros expedientes (assim como o menino mantém uma fixação na imagem da mãe e depois descolada para outras mulheres).
Existe uma enorme onda de repressão sobre a criança e sua sexualidade, relação essa em que, conseqüentemente, é possível constatar “forma- ções substitutas”. Como estas formações perten- cem ao inconsciente, elas serão sempre regidas pela égide da atemporalidade, podendo estar ati- vas constantemente. A sexualidade infantil teria deixado todas as representações psíquicas sujei- tas a re-significação. O conceito de Complexo de Édipo não pode ficar circunscrito a uma cronolo- gia. Este conceito nuclear da teoria psicanalítica designa uma estrutura de relações interpessoais em torno da qual se organizam as origens da religião, da moral, da sociedade, da ciência, da arte, enfim, de toda a cultura.
É importante ressaltar que a atividade dos im- pulsos sexuais infantis não cessa, mesmo durante este período de latência, embora sua energia seja desviada, no todo ou em grande parte, e dirigida para outras finalidades. Este processo de desvio das forças pulsionais sexuais para outros objetivos recebe o nome de sublimação.
ESPELHO E IDENTIFICAÇÃO
A médica e psicanalista, Françoise Dolto, já alertava para o fato de as meninas terem a espe- rança, através de sua mãe, de