Lago do junco
Na verdade, separando as formações vegetais brasileiras, há faixas de transição que constituem unidades paisagísticas nas quais se misturam características das vegetações vizinhas, ou, ainda, áreas onde a falta de estabilidade das condições ecológicas originou uma interação entre elementos naturais bem diferentes das formações vegetais circundantes.
No caso da Mata dos Cocais, ela abrange, predominantemente, o Meio-Norte (sub-região formada pelos estados do Maranhão e do Piauí), mas distribui-se também pelos estados do Ceará, do Rio Grande do Norte e de Tocantins.
No lado oeste, que abrange o Maranhão, o oeste do Piauí e o norte de Tocantins, a região é um pouco mais úmida devido à proximidade com o clima equatorial superúmido da Amazônia, sendo mais freqüente a ocorrência de uma espécie de palmeira, o babaçu. Na área menos úmida, que abrange o leste do Piauí e os litorais do Ceará e do Rio Grande do Norte, predomina outra espécie de palmeira, a carnaúba.
A Mata dos Cocais é classificada como uma formação florestal, mas, na realidade, constitui uma formação vegetal secundária, por seu acentuado desmatamento. Desde o período colonial, a região é explorada economicamente pelo extrativismo de óleo de babaçu e a cera de carnaúba. Atualmente, porém, vem sendo desmatada pelo cultivo de grãos voltados para a exportação, com destaque para a soja.
Carnaúba
A carnaubeira (Copernicia cerifera), espécie típica do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, é uma palmeira que atinge, em média, 20 metros de altura e aparece em terrenos alagáveis ou agrupa-se nas várzeas de rios. Como tudo dessa palmeira pode ser aproveitado (tronco, folhas, fruto, palmito, raízes e as sementes), é conhecida como "árvore da providência".
O mais importante fator de renda para os extrativistas é a cera extraída das folhas, que é utilizada na fabricação de cosméticos,