karl marx e a divisao social do trabalho
Este trabalho é parte de uma análise crítica no que tange à formação da força de trabalho, na atualidade. Trata-se do que denominamos do ‘fetiche das competências’. Para fundamentar tal tese, buscamos em alguns clássicos, como Smith, Durkheim e Marx, entender qual a contribuição que os mesmos apontam para a compreensão da presente realidade em um dos pilares da formação, a divisão social do trabalho. Pelo limite do espaço apresentaremos somente alguns elementos a partir de Karl Marx.
Na construção teórica desse modelo hegemônico para formação da força de trabalho, um dos pressupostos chave é a diminuição da importância do entendimento de uma sociedade dividida em classes. Os autores da ordem apontam a existência de um processo de diminuição da divisão social do trabalho fruto de dois grandes fatos motivadores: primeiro, o trabalho não é mais central na organização societária; segundo, o mesmo foi substituído pela compreensão de uma nova centralidade, a da sociedade do conhecimento ou da própria tecnologia que o encarna. Portanto, o que se deve construir enquanto categoria explicativa da realidade são os serviços, não mais o trabalho e sua divisão, e sim essa nova unidade existente na realidade, que expressa o modelo das competências. Consequentemente, o modelo de formação por competências, apresenta-se como substituidor da divisão do trabalho, por desenvolver integralmente o sujeito - o associado ou colaborador, não mais dito como trabalhador - que presta algum serviço que se incluiu harmonicamente no sistema de produção. Assim é posto, ou proposto, um novo perfil da força de trabalho que reconstrói uma ‘nova unidade’ no processo produtivo: “a exigência de novas características das pessoas não como funcionários, mas como parceiros da empresa.”
Diante dessa nova compreensão sobre o processo do desaparecimento da divisão do trabalho, bem como das relações contraditórias entre as classes fundamentais do capitalismo, fomos resgatar em Marx os