Jânio Quadros e a PEI

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Fundamentada nas diretrizes da PEI, a gestão da Política Externa do governo Jânio Quadros tinha como princípio básico a defesa incondicional dos direitos brasileiros, independentemente de qualquer tipo de alinhamento ideológico. A Política Externa do país a partir daquele momento era, portanto, um instrumento - atuando na esfera internacional - em função do desenvolvimento nacional. Essa nova postura fundada num caráter essencialmente pragmático, adotada num contexto mundial de clara polarização ideológica, fruto da Guerra Fria, representou de maneira inevitável uma quebra na tradição brasileira de alinhamento político com os Estados Unidos e uma aproximação funcional com o bloco socialista.
A pregação pragmática da Política Externa Independente do Brasil de Jânio Quadros acabou, no entanto, por colocar o país diante de uma discussão ideológica ainda mais intensa. À medida que o país tornava mais estreitas as relações comerciais com o bloco socialista, o discurso de reafirmação ocidental se tornava mais imprescindível para a manutenção amistosa das relações do Brasil com o mundo capitalista. Assim, mesmo diante do pragmatismo exacerbado da Política Externa brasileira, Jânio nunca abriu mão do compromisso ideológico do país com o “mundo livre”. Assim como Juscelino Kubistchek o fazia com o projeto da OPA, Jânio aspirava um auxílio das grandes potências do hemisfério ocidental aos países subdesenvolvidos e defendia que desta forma se provaria ao mundo a possibilidade de prosperidade capitalista.
Sem o esperado auxílio, essencialmente norte-americano, projetado desde JK, restava ao Brasil colocar em prática uma atuação internacional, de fato, baseada nos princípios da, em constante desenvolvimento, Política Externa Independente. Como já afirmado, atuando em função do desenvolvimento nacional e do aumento da produção brasileira, à Política Externa do país foi imposta a necessidade de máxima ampliação dos mercados externos. O que implicava total desprendimento das

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