Política Externa Independente
1 - A conferência de Punta del Este
2 - A Revolução Cubana
3 - As diretrizes fundamentais da Política Externa Independente
Considerada por San Tiago Dantas como "uma reunião que marcou época na formação do americanismo", a Conferência de Punta del Este, de janeiro de 1962, se dedicou a tratar dos efeitos da Revolução Cubana no hemisfério. Declarou a incompatibilidade do comunismo com os princípios americanos e suspendeu Cuba da Junta Interamericana de Defesa e da OEA. A participação brasileira teve grande destaque e repercussão tanto interna quanto internacionalmente. Procura-se analisar as razões que levaram o Brasil a adotar a posição de condenar o comunismo cubano e aprovar a suspensão de Cuba da JID, sem, porém, concordar com sua suspensão da OEA.
A Política Externa Independente também foi considerada por alguns, como uma experiência perdida entre períodos de alinhamento com os Estados Unidos. Outros a têm como manobra tática de política interna na época. Enquanto uns acreditam ter sido uma tentativa corajosa de buscar autonomia internacional, com base nas necessidades do desenvolvimento industrial, outros veem um exercício de voluntarismo inconsequente, que desembocou no golpe militar de 1964. Mas ela marcou, de uma forma ou outra, o início de uma nova fase na política externa brasileira, baseada nos conceitos de mundialismo e de multilateralismo.
O crescimento econômico acelerado no governo JK conduziu o país a uma grave crise econômica a partir de 1961, que se aliou a uma depreciação do preço de produtos primários de exportação, exigindo do país mudanças imediatas. Completando o quadro emergencial temos uma alta inflação, uma dívida externa considerável e pressões do Fundo Monetário Internacional, com uma grande falta de investimento estrangeiro.
No plano interno, as eleições de Jânio Quadros e uma nova sociedade urbanizada e industrializada provocam mudanças