Justiça
No curso da história do pensamento ocidental detectamos inúmeras correntes sobre o justo e o injusto.Desta forma, emerge da pergunta de Pilatos(sobre o que é verdade?–referindo ao julgamento de Cristo.Nenhuma outra questão foi tão passionalmente discutida; por nenhuma outra foram derramadas tantas lágrimas amargas, tanto sangue precioso; sobre nenhuma outra, ainda,as mentes ilustres,de Platão a Kant,meditaram tão profundamente. E, no entanto, ela continua até hoje sem resposta. Talvez,por se tratar de uma dessas questões para as quais vale o resignado saber de que o homem nunca encontrará uma reposta definitiva;deverá apenas tentar perguntar melhor.
Desde os primórdios da civilização, a temática da justiça acompanha a espécie humana. Talvez seja um elemento natural aspirar ao que seja justo e ao que seja ético. Entretanto, paradoxalmente, a mesma sociedade que aspira pela justiça age por vezes injustamente. Desta forma, acompanhar a evolução dos conceitos de justiça é importante para compreender a desordem do mundo contemporâneo e os desafios exigidos para construir uma civilização fundada nos valores da dignidade da pessoa humana e a solidariedade.
Tradições muitas vezes milenar:
- A Bíblia identifica "A justiça do simples dirige o seu caminho A sabedoria ensina a temperança, a prudência, a justiça e a fortaleza";
- Entre os orientais é empregada quase sempre no sentido de "sabedoria";
- Aristóteles e os pensadores representativos da cultura grega consideram a justiça como "hábito";
- Em Roma Ulpiano e Justiniano falam da justiça como uma constans et perpetua voluntas ( O Direito é uma constante e perpetua em dar a alguém o que é seu por direito);
- A tradição patrística e medieval considera a justiça como uma virtude, força da vontade;
- Leibniz define a justiça como um hábito de amizade em relação ao próximo
- S. João Crisóstomo definiu como o cumprimento dos mandamentos ou das obrigações em geral.
Esta diversidade não