justiça
Professora: Elaine Sant’anna
Aluna: Leonardo Cunha
Matrícula:
Resenha sobre o documentário Justiça, de Maria Augusta Ramos
O filme Justiça é um documentário gravado quase todo ele no interior do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, onde com apenas uma câmera posicionada em um local fixo expõe o cotidiano dos réus, da defensoria pública, da promotoria, da polícia e dos juízes.
O documentário de Maria Augusta, brasileira radicada na Holanda, consegue mostrar, acompanhando três casos diferentes, a ineficiência no Tribunal de Justiça.
Tendo como sua primeira cena, uma audiência em que um paraplégico é acusado de um delito em que não existem provas nem testemunhas além dos policiais que efetuaram sua prisão e que, além disso, o réu teria pulado um muro para fugir dos policiais, Justiça mostra a verdadeira injustiça chamada Sistema Judiciário Brasileiro.
Julgando cerca de dez audiências por dia, é impossível que um juiz consiga ser eficiente, além da frieza com que julga os processos. Frieza essa, que podemos observar na cena em que o réu, um deficiente sem uma perna, pede para que seja transferido para um hospital, visto que, em “sua” cela, em virtude da superlotação, não há como um dependente físico viver, pois ele depende de uma cadeira de rodas. Sem ela ele arrasta-se pelas fezes e urina dos outros detentos e, mesmo ciente dos fatos, o magistrado diz que nada pode fazer por ele.
Com uma polícia corrupta, provas implantadas, ausência de testemunhas por conta do medo da polícia e do tráfico, ausência de penas alternativas, a promotoria pública junto a uma defensoria antiética, completam o quadro de injustiça. Em uma cena chocante, o réu Carlos Eduardo jura de pés juntos à juíza que a acusação feita a sua pessoa é inverídica, e confessa para sua defensora que realmente é culpado, essa última, antiética, briga pela absolvição do acusado, colocando em risco sua própria família, com a ideia de que as carceragens já estão