justiça

1501 palavras 7 páginas
Se todos os seres humanos são merecedores de respeito, não importa quem sejam ou onde vivam, então é errado tratá-lo como meros instrumentos da felicidade coletiva. Nesse caso, entretanto, seu motivo para respeitar os direitos humanos não estaria baseado no respeito pelo individuo, mas sim no objetivo de tornar as coisas melhores para o maior número de pessoas. Se os direitos não se baseiam na felicidade da maioria das pessoas, qual seria então sua base moral? Os libertadores talvez tenham uma resposta: as pessoas não deveriam ser usadas como meros instrumentos para a obtenção do bem-estar alheio, porque isso viola o direito fundamental da propriedade de si mesmo. Não estão á disposição da sociedade como um todo. A filosofia de Kant não é fácil. A importância atribuída por Kant á dignidade humana define nossas concepções atuais dos direitos humanos. A concepção de liberdade que ele defende vai muito além da liberdade de escolha que praticamos quando compramos ou vendemos mercadorias no mercado. O que consideramos liberdade de mercado ou escolha do consumidor não é a verdadeira liberdade, segundo Kant, porque envolve simplesmente a satisfação de desejos que não acolhemos.
Kant repudia o utilitarismo. Kant afirma que a moralidade não deve ser baseada apenas em considerações empíricas, vontades, desejos e preferências que as pessoas possam ter em um determinado momento. Esses fatores são variáveis contingentes e dificilmente poderão servir como base para princípios morais e universais – como direitos humanos universais. Mas o argumento mais fundamental de Kant é o de que basear os princípios morais em preferência e desejos- até mesmo o desejo da felicidade seria um entendimento equivocado do que venha a ser moralidade. O princípio utilitarista da felicidade não traz nenhuma contribuição para o estabelecimento da moralidade, visto que fazer um homem feliz é muito diferente de fazer dele um homem bom. Embora fosse cristão, Kant não fundamenta a moralidade na

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