Justiça e direito para Santo Agostinho
A obra de Santo Agostinho é marcada pela ligação com sua própria experiência de vida sua obra mais importante, A cidade de Deus, não deixa de demonstrar sua posição como Bispo da Igreja, e um dos responsáveis pela consolidação teológica e filosófica do cristianismo. Em termos de teologia, é defensor da ortodoxia da Igreja, Agostinho afasta as virtudes do centro do debate teológico para por em evidencia a graça divina. Em sua obra estabelece uma distinção entre cidade humana, com vícios, injustiças próprias dos homens, que são pecadores a partir do pecado original herdado de Adão e Eva, e a cidade de Deus, que estabelece na vida pós-morte, junto aos santos e salvos, e os leivos chegam a terra por intermédio daqueles que Deus ungiu. Por conta dessa distribuição, na terra, sua ordem, seus arranjos sociais, sua lei e seus julgamentos são injustos. Em Deus reside a justiça, dessa forma o caminho para o justo passa a ser a fé, a justiça não do ato, mas do intimo do crente. Uma concepção sobre a justiça recorre ao neoplatonismo como fonte filosófica de inspiração só pode traçar delineamentos dicotômicos, e identificar na justiça transitória a imperfeição e a incorruptibilidade dos falsos juízos divinos. Assim pode se identificar nas lições agostinianas a presença do dualismo platônico (corpo – alma, terreno – divino, mutável – imutável, imperfeito – perfeito, relativo – absoluto) a concepção entre o que é e o que deve ser. Para ele a justiça divina era aquela que tudo governa, de sua existência brota a própria ordenação das coisas em todas as partes. A justiça divina tem por base as leis divinas, é exercida sem condições temporais para sua execução, alem de absoluta é também imutável, perfeita e infalível, infinitamente boa e justa. A lei eterna inspira a lei humana, da mesma forma que a natureza divina inspira a natureza humana, a natureza humana pode ser dita uma natureza divina, pois todo criado é fruto do criador,