Justiça com as próprias mãos

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Nos últimos meses os jornais têm noticiado inúmeras reportagens sobre tentativas de roubos frustadas, onde o criminoso é surpreendido pela vítima ou pela população, que revoltada com a situação precária da segurança pública no país, resolvem punir e fazer justiça com as suas próprias mãos, como no caso da dona de casa no Guarujá, que confundida com uma suposta sequestradora de menores, foi espancada pela população revoltada até a morte.
Outro caso que teve bastante repercussão foi o do menor, que surpreendido roubando, foi despido e amarrado nu a um poste por uma trava de bicicleta. Apanhou tanto que teve parte de sua orelha decepada e só se salvou porque houve alguém que se simpatizou com a sua situação e resolveu interceder por ele e por seus direitos de cidadão brasileiro.
É fato que punir ou fazer justiça com as próprias mãos está errado, que essa não é a melhor forma de acabar com a criminalidade, mas a revolta acaba falando mais alto e aquele que merece punição pelo erro que cometeu ao praticar o crime, acaba sendo salvo justamente pela força policial que deveria puní-lo pelo crime cometido. E aquele que antes era a vítima, acaba se transformando em vilão na história por ter punido o criminoso com as sua próprias mãos, pois a morosidade e a impunibilidade das leis brasileiras acaba por ser o principal ingrediente para toda essa revolta vivenciada atualmente.
O ato de fazer justiça com as próprias mãos não é uma atitude condizente com um Estado Democrático de Direito, que visa a respeitar, preservar e cuidar dos direitos humanos dos cidadãos. O Estado é o único detentor desse direito e cabe à ele cuidar para que seja obedecido.
Indivíduos que cometem infrações penais devem ser presos, processados e julgados sem que, em nenhuma dessas fases, tenham sua condição humana degradada, seja pelos agentes públicos, seja pelas próprias vítimas.
O fato de uma pessoa ter sido vítima de um crime não dá a ela, ou a qualquer outro indivíduo, o direito de cometer outro

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