Justiça pelas próprias mãos
BACHARELADO EM LÍNGUAS ESTRANGEIRAS APLICADAS ÀS NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS
GABRIELA HUNGERBÜHLER
JUSTIÇA COM AS PRÓPRIAS MÃOS
UM POSSÍVEL REFLEXO DA CORRUPÇÃO E DA DESIGUALDADE
Rio de Janeiro
2014
Justiça com as próprias mãos: um possível reflexo da corrupção e da desigualdade
Gabriela Hungerbühler
Resumo
Na primeira metade do ano de 2014, tem sido recorrente a divulgação de notícias chocantes a respeito de episódios violentos de “justiça com as próprias mãos”. Um dos mais amplamente divulgados e debatidos nas redes sociais foi o ocorrido no dia 31 de janeiro do ano corrente, no qual um adolescente suspeito de roubo foi despido, espancado e amarrado a um poste na zona sul do Rio de Janeiro. Contudo, o nível de violência de outras situações com a ação de “justiceiros” não permaneceu o mesmo, tendo algumas delas como resultado a morte de pessoas inocentes. O objetivo do presente artigo é discorrer a respeito das possíveis justificativas para essa atitude observada na realidade brasileira nos últimos anos buscando relacioná-las com conceitos de Sérgio Buarque de Holanda e Darcy Ribeiro.
Palavras-chave: justiça com as próprias mãos, corrupção, desigualdade
1 INTRODUÇÃO No ano de 2012, o número de homicídios registrados no Brasil foi o maior desde 1980, 56.337 mortes de acordo com dados divulgados no Mapa da Violência elaborado pela Faculdade Latino americana de Ciências Sociais. Tal informação faz um indivíduo com pouco esclarecimento questionar a eficiência do sistema judiciário e do Estado. Sendo assim, devido à desconfiança da população brasileira na capacidade estatal de manter a ordem e esta associada ao fato de que muitos criminosos cometem delitos e não são punidos, o povo passa a acreditar que as leis constitucionais não são eficientes, sendo necessária uma forma alternativa de garantir que a justiça seja feita, ainda que seja preciso infringir o ordenamento jurídico vigente da