Juridiques

- O juridiquês como impedimento de acesso à justiça.
É fato que toda atividade profissional possui uma linguagem própria do setor, desenvolvida para auxiliar a comunicação entre os pares, são essas, as expressões e jargões desconhecidos dos leigos, mas que são importantes no contexto interno de cada área, para melhor expressar as idéias.
Ao frequentar tribunais, escritórios de advocacia, assembleias e câmaras legislativas, ou seja, ambientes jurídicos será comum perceber o uso de verbetes e expressões estranhas ao dia-a-dia de pessoas que não são do meio jurídico, pois, muitos desses profissionais “recheiam” seus textos e discursos com termos que vão além da necessidade de comunicar uma ideia específica, gerando certo desconforto.
Desconforto, pois, um leigo se sentirá totalmente adverso ao assunto, não sabendo, por exemplo, se tens ou não direito sobre algo, se teu pedido fora ou não atendido, etc, e isto ocorre, pois as expressões jurídicas, ou o juridiquês, é tido como uma forma de poder, onde só os iniciados podem entender. Logo, para que desconfortos não existam, deve-se utilizar o bom senso, pois, um advogado não pode atender um cliente, este como baixo nível de escolaridade, como se estivesse dialogando com outro profissional do meio, uma vez que utilizar-se de um vocabulário jurídico, totalmente adverso ao conhecido pelo cliente, pode este sair com mais dúvidas do que quando entrou.
Não há contrariedade quanto a utilização da linguagem forense por parte dos praticantes do Direito. No entanto, esse tipo de linguagem tem o momento adequado e deve sempre ser direcionado a públicos que irão compreendê-lo. Alem disso, o bom senso e o objetivo da comunicação devem sempre ser priorizados, tanto nas petições jurídicas como na comunicação direta com os clientes-alvo. Acredita-se que na prática de uma advocacia moderna e eficaz o advogado deve privilegiar o sentido e o objetivo da comunicação, procurando expressar- se, seja por via