joao batista o padroeiro
MAÇONARIA?
Pode parecer estranho que o título deste artigo seja finalizado com uma interrogação, sobretudo quando o mesmo refere-se a uma questão tão substantiva quanto é a desse enunciado. Seria lógico pensar que a seleção de um padroeiro/patrono por uma comunidade ou instituição refletiria um consenso claro e partilhado entre os integrantes da mesma, que, portanto, o significado e o conteúdo dessa escolha não deixaria espaço para dúvidas, afinal, essa seria uma opção que espelharia um critério identitário, uma convicção, um modelo aglutinador. No entanto, na Maçonaria, não é isso o que ocorre, apesar de haver aqueles, talvez muitos, que tenham essa questão como definitivamente resolvida.Todavia, os fatos nos mostram ser essa uma decisão um tanto apressada.
Para escrever este breve artigo consultei mais de vinte textos (as referências bibliográficas podem chegar a centenas), escritos por distintos autores, e, a exemplo de outros símbolos da cultura maçônica, as interpretações do significado simbólico desse elemento ritualístico são variadas e até discordantes.
Essa polêmica teve sua origem no panteão de santos portadores dessa nomenclatura, ou seja, conforme a listagem adotada existe, na hagiografia, mais de trinta personagens intitulados São João, seguidos de algum adjetivo; São João Batista, São João Evangelista, São
João Esmoler, São João de Jerusalém, São João de Acre, São João da Escócia, São João
Nepomuceno, etc. Cada um desses santos possui seus atributos virtuosos, espirituais, caritativos, etc, que se encaixariam perfeitamente nas postulações comportamentais e existenciais recomendadas pela Maçonaria. Por outro lado, um número menor de autores maçons, mais alinhados com o Rito Moderno, advoga que, sendo a Maçonaria uma instituição não religiosa, eclética, não seria correto determinar um santo católico como padroeiro/patrono da instituição, pois haveria aí um