Jardins Verticais VITRUVIUS
Carlos Smaniotto Costa
1. Naturalizando o vertical
O aumento da urbanização e a necessidade de melhorar a qualidade do ambiente urbano tornam fundamental ações mais sustentáveis. Uma agenda de desenvolvimento urbano sustentável (1) reconhece os papéis e os valores dos espaços verdes e a sua contribuição para as políticas ambientais, sociais e econômicas. Um atributo muito importante, porém negligenciado, no desenvolvimento das nossas cidades é o da cobertura vegetal (Nucci, 2008), embora já seja amplamente reconhecido o papel que a vegetação desempenha e pode desempenhar no que se refere à qualidade ambiental.
A crescente preocupação com a saúde ambiental das nossas cidades ocupa lugar de destaque em todo o mundo e vem acompanhada de uma incessante procura de novas soluções para minimizar esses problemas. O crescimento urbano desordenado, a intensificação no uso e ocupação do solo, seguindo critérios estritamente econômicos, provoca a escassez do solo urbano e a carência de áreas verdes, tais como parques, reservas florestais, matas ciliares, etc. e de áreas propícias ao lazer e recreação ao ar livre.
No presente trabalho propomos refletir sobre a questão de usar as abundantes paredes nuas, resultantes de uma verticalização intensa das nossas cidades e as possibilidades de implementar os chamados jardins verticais à luz de vários exemplos. Com estes jardins pode-se assim melhorar a qualidade do ambiente urbano, bem como criar novas e inovadoras tipologias de verticalidade.
Como já constata Nucci (2008) a vegetação, diferentemente do asfalto e do concreto, não é uma necessidade óbvia no cenário urbano e precisa, portanto, ser planejada e “trazida” às nossas cidades. Hoje, entre os materiais de um projeto, o elemento vegetal pode ser incluído como um elemento técnico: trepadeiras crescem sobre paredes, a vegetação cria sombreamento, nos telhados verdes e jardins de cobertura usam-se plantas que valorizam o